Marcos (1976 - 2006)Há alturas em que tudo deixa de importar... Procuram-se razões e justificações para o que não tem explicação.
Ontem, dia 17 de Agosto de 2006, deixou-nos um dos maiores seres humanos que conheci até hoje.
Com apenas 30 anos, o Marcos (aka Bertone, Kid) deixou-nos demasiado cedo, com demasiadas coisas para fazer e depois de ultrapassar muitas dificuldades.
Deixou-nos... ...com muitas festas para fazer, ...com muito som para curtir, ...com muito set para passar, ...com muitas vitórias do FCP para comemorar, ...com muitas fotos para bater, ...com muitos recantos para descobrir, ...com muitos passeios para fazer ...
Ao longo destes 7 anos ficam saudades... muitas saudades.
Saudades das festas que fizemos juntos, das jam sessions em minha casa, das sonoridades partilhadas, das musicas produzidas, das borgas, mas rizadas, das confidências... de tudo!
Deixou-nos, acredito eu, com aquele sorriso malandro e com aquele olhar de gozo com que bebia o sumo da vida!
Para os seus restantes amigos, fica uma palavra de compreensão pelo que sentimos… Para a sua família, a minha solidariedade neste momento tão difícil… Para a sua mãe e para a sua irmã, a certeza de que tudo faremos para minorar a sua dor…
E para ti Marcos, um obrigado pela confiança e amizade… até SEMPRE…
--- A Manhã... Manhã tão admirável a que me sucedeu… O sol cedo alvoreceu; uma luz mágica e colorida invadiu o meu quarto despertando-me inesperadamente. O brilho de seus raios cintilava colorido, com uma energia tal que percebi logo não ser uma manhã habitual. Interrogo-me por tal madrugada ser tão diferente das outras e enquanto desperto ouço o canto, claramente definido e perceptível, de uma ave pousada no alpendre da minha janela. E que melodia era aquela… Era Primavera! Não existe estação do ano mais bonita e esperada que a Primavera. Estático, enroscado nos lençóis, assim permaneci em quietude assistindo a tal fenómeno da natureza. O pássaro, primeiramente, cantava uma melodia repetitiva, idêntica a um martelar estridente de um ferreiro, variando depois para um chilreado, alterando o ritmo e o conteúdo da cançoneta. Tentei perceber o significado do seu canto tal como um dialecto … O que teria vindo ele dizer-me? Esta era uma primavera sem dúvida diferente para mim, uma primavera de mudança, de transformações, de renovação do espírito e começar tudo de novo. De enterrar as folhas caídas de Outono, esquecer o frio e o cinza do Inverno e dar lugar a estação do renascimento da vida, de flores, de cores, de novos perfumes e novos amores. A posição do sol toma novas posições iluminando novas criaturas, marcando novas sombras, preparando novas vidas para que a primavera chegue. Encontros, desencontros e reencontros; quantas primaveras distantes não recordamos nós nas nossas vidas? Do meu ponto de vista, a primavera deveria ser quando nós quiséssemos, no momento que desejássemos, independentemente do ritmo e do movimento eterno dos céus. Aí, já os pássaros seriam outros, os seus cantos seriam diferentes e os que os ouvissem iriam perceber que já nada tinham a ver com o que outrora entenderam e amaram.
Marcos Reis Março, 2006
by Frederico Dinis [21:22]
Comments:
Quando naquela trágica manhã toca o telefone, nem queria acreditar. Amigos desde os primeiros anos de vida, desde as brincadeiras que faziamos juntos, as festas em que estivemos, e muitos momentos que passámos. Muitas e muitas memórias que nunca vão ser esquecidas. Gostaria de dizer mais, mas neste momento não consigo. Um eterno abraço do teu primo e amigo que nunca te esquecerá.
Verão. Nascer do Sol. Tempo refrescante.
Momentos suaves. Beleza sossegada.
Tardes preguiçosas. Brisa suave ao Pôr-do-sol.
Noites sensuais.
Enfim, o lado bom da vida…