2006/08/18
  Marcos (1976 - 2006)

Há alturas em que tudo deixa de importar...
Procuram-se razões e justificações para o que não tem explicação.

Ontem, dia 17 de Agosto de 2006, deixou-nos um dos maiores seres humanos que conheci até hoje.

Com apenas 30 anos, o Marcos (aka Bertone, Kid) deixou-nos demasiado cedo, com demasiadas coisas para fazer e depois de ultrapassar muitas dificuldades.

Deixou-nos...
...com muitas festas para fazer,
...com muito som para curtir,
...com muito set para passar,
...com muitas vitórias do FCP para comemorar,
...com muitas fotos para bater,
...com muitos recantos para descobrir,
...com muitos passeios para fazer
...


Ao longo destes 7 anos ficam saudades... muitas saudades.

Saudades das festas que fizemos juntos, das jam sessions em minha casa, das sonoridades partilhadas, das musicas produzidas, das borgas, mas rizadas, das confidências... de tudo!

Deixou-nos, acredito eu, com aquele sorriso malandro e com aquele olhar de gozo com que bebia o sumo da vida!

Para os seus restantes amigos, fica uma palavra de compreensão pelo que sentimos…
Para a sua família, a minha solidariedade neste momento tão difícil…
Para a sua mãe e para a sua irmã, a certeza de que tudo faremos para minorar a sua dor…

E para ti Marcos, um obrigado pela confiança e amizade… até SEMPRE…

---
A Manhã...

Manhã tão admirável a que me sucedeu…
O sol cedo alvoreceu; uma luz mágica e colorida invadiu o meu quarto despertando-me inesperadamente.
O brilho de seus raios cintilava colorido, com uma energia tal que percebi logo não ser uma manhã habitual.
Interrogo-me por tal madrugada ser tão diferente das outras e enquanto desperto ouço o canto, claramente definido e perceptível, de uma ave pousada no alpendre da minha janela.
E que melodia era aquela…
Era Primavera! Não existe estação do ano mais bonita e esperada que a Primavera.
Estático, enroscado nos lençóis, assim permaneci em quietude assistindo a tal fenómeno da natureza.
O pássaro, primeiramente, cantava uma melodia repetitiva, idêntica a um martelar estridente de um ferreiro, variando depois para um chilreado, alterando o ritmo e o conteúdo da cançoneta.
Tentei perceber o significado do seu canto tal como um dialecto …
O que teria vindo ele dizer-me?
Esta era uma primavera sem dúvida diferente para mim, uma primavera de mudança, de transformações, de renovação do espírito e começar tudo de novo.
De enterrar as folhas caídas de Outono, esquecer o frio e o cinza do Inverno e dar lugar a estação do renascimento da vida, de flores, de cores, de novos perfumes e novos amores.
A posição do sol toma novas posições iluminando novas criaturas, marcando novas sombras, preparando novas vidas para que a primavera chegue.
Encontros, desencontros e reencontros; quantas primaveras distantes não recordamos nós nas nossas vidas?
Do meu ponto de vista, a primavera deveria ser quando nós quiséssemos, no momento que desejássemos, independentemente do ritmo e do movimento eterno dos céus.
Aí, já os pássaros seriam outros, os seus cantos seriam diferentes e os que os ouvissem iriam perceber que já nada tinham a ver com o que outrora entenderam e amaram.

Marcos Reis
Março, 2006


2006/08/04
  The Grassy Knoll

Olhando para os lançamentos dos ultimos anos emergem, da minha colecção de CDs e dentro do denominado nu jazz, os trabalhos de Bugge Wesseltoft (New Conception of Jazz) e de Jason Swinscoe (The Cinematic Orchestra).

Mas, a aplicação do género nu jazz, bastante generalista, talvez tenha começado por outras etiquetagens, durante a década de 90, nomeadamente o acid jazz, com a corrente britânica mais orientada para a soul (Brand New Heavies e Incognito) e a corrente americana mais orientada para o hip-hop (Jazzmatazz de Guru e US3), o jazz electrónico (London Electricity e Ben Neill, fusão com o drum'n'bass) e o ainda mais generalista jazz de fusão.

Não discutindo a diferença entre estes e outros géneros de jazz de fusão e as evoluções de alguns actuais projectos de nu jazz, considero que muitos beberam influencias dos trabalhos da década de 90 do projecto, do americano Bob Green, The Grassy Knoll.

Em 1998, os The Grassy Knoll editaram o album "III" que, não sendo considerado pela crítica como seu o melhor trabalho é, para mim, o que considero mais aproximado à actual filosofia e sonoridade do nu jazz.

Tendo como base as excelentes secções ritmica (baterias, percursões e programações) e sopros (flauta, trompete e saxofones), as mais valias deste trabalho são as secções de teclas, que recorrem aos tradicionais fender rhodes e hammond c3 e acrescentam ainda a utilização do mellotron, do juno 60 e do oberhein ob-8 (tudo a fazer lembrar os grandes trabalhos de Miles Davis do final da década de 70), e de cordas, com a utilização de violino, violoncelo e guitarra.

Sendo um trabalho vincadamente colectivo onde todos os performers encaixam na perfeição, destacam-se os solos das secções de sopros e cordas. Destaco ainda o tema de abertura "A beaten dog beneath the hail" e o maravilhoso "Every third thought", a fazer lembrar os ultimos trabalhos de Bugge.

Apesar de ter alguns anos, este trabalho continua com um som cada vez mais actual...

Etiquetas: , ,


Conceito

Verão. Nascer do Sol. Tempo refrescante.
Momentos suaves. Beleza sossegada.
Tardes preguiçosas. Brisa suave ao Pôr-do-sol.
Noites sensuais.
Enfim, o lado bom da vida…

Sonoridades

| Nu-jazz | Chill-Out | Lounge |
| Downtempo | Downbeat |
| Ambient | Breakbeat | IDM |
| Electro | Drum'n'Bass |

Contacto

f.dinis[at]sapo.pt

Almas Gémeas

river man

A visitar

lounge radio
narita
sutemos

Posts recentes



Arquivos

2006/07
2006/08
2006/09
2006/10
2006/11
2006/12
2007/01
2007/02
2007/03
2007/04
2007/06
2007/07
2007/08
2007/09
2007/10
2007/11
2007/12
2008/01
2008/02
2008/08
2008/09
2009/06
2009/12